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SEREIA

Repousa no mar um'esperança
na verde cor das ondas e das velas.
Umas aves silenciosas e opacas
desvendam mistérios da superfície
das águas
em múltiplas aquarelas.

Adormecida, ela   está à espera
de luz e do ar da primavera.
Surge silenciosa e bela,
na vastidão do  horizonte
e  em   rochas calcificadas de  paixão.


São sinuosas as formas dessa fêmea
antes morta,enregelada,ou esquecida.
Desperta do sonho essa quimera
e se colocam lânguidos e desejosos
os fartos seios da donzela.

Conhecida d'outros tempos,d'outras eras
num templo de beleza chamado juventude,
a que passa breve,qual divino estro
 no cio da tarde adormece à espera,
expondo assim a dor da finitude.

E ainda que meu corpo anoiteça ,
cada estrofe e cada verso do poema,
tira-me das águas , lava-me a areia
o mar revolto dos meus velhos sonhos,
e me devolve o desejo rubro de sereia.

MARCIA TIGANI_ NOVEMBRO 2012
MARCIA TIGANI
Enviado por MARCIA TIGANI em 17/11/2012
Alterado em 07/05/2014


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Imagem de cabeçalho: jenniferphoon/flickr