SINA
A palavra que contemplo
é enigma:
sonho reverso
à rotina natural.
Acolhe-me de madrugada
e pela manhã me mata.
A palavra que contemplo
é rude:
essa com a qual flerto
não tem vida, nem é morte
Pedra bruta em campo árido
Signo de sombra?
Ou nuvem de sorte?
Mas a contemplo e à um só tempo
vejo-a nua, em seu sono
inerte e mineral.
Não tem pele , ou rima
Argamassa(ou sina?)
de poeta ocasional.
Marcia Tigani
MARCIA TIGANI
Enviado por MARCIA TIGANI em 25/03/2016